sábado, 19 de junho de 2010

Deitou-se no terraço de barriga para o céu, esperando que talvez o barulho da cidade lhe sussurrasse respostas.
A lua nova formava um perfeito sorriso de neon. Ele, porém, não estava para sorrisos naquela noite.
Na impossibilidade de mudar o astro com os dedos, virou-se ao contrario, de forma que o ora sorriso transformou-se em uma expressão de tristeza. Como personas de teatro, faces de uma mesma moeda.
O vento inquieto da noite anunciava mudanças, e em se tratando do vento, não há como saber se ele varrerá as nuvens do céu ou trará uma nova tempestade.
Entre as buzinas e sirenes, estavam seus pensamentos. Entre a lua e o chão duro, estava seu corpo. E entre a alegria e a tristeza, estava esse sentimento. Sentimento que não é quente, nem frio. É morno, e que carece de um pouco mais de calor.

4 comentários:

Fabíola Oliveira disse...

Oi. Achei bem simples o seu texto. Mas gostei! Ele é de uma singeleza cativante. Achei bonitinho!

Fabíola Oliveira disse...

Engraçado que você não revela ou eu não consegui perceber quando li, que sentimento morno é esse do personagem. Parece mais melancolia. Uma melancolia vinda não sei de onde. Aquela melancolia que todo mundo sente às vezes que não nos faz ter grandes reações, mas também não causa a ausência delas. O tédio....

Tiago Rios disse...

Joãozinho, é vc? :B

Tiago Rios disse...

lindo o texto, gostei especialmente do final:

E entre a alegria e a tristeza, estava esse sentimento. Sentimento que não é quente, nem frio. É morno, e que carece de um pouco mais de calor.