sábado, 19 de junho de 2010

Deitou-se no terraço de barriga para o céu, esperando que talvez o barulho da cidade lhe sussurrasse respostas.
A lua nova formava um perfeito sorriso de neon. Ele, porém, não estava para sorrisos naquela noite.
Na impossibilidade de mudar o astro com os dedos, virou-se ao contrario, de forma que o ora sorriso transformou-se em uma expressão de tristeza. Como personas de teatro, faces de uma mesma moeda.
O vento inquieto da noite anunciava mudanças, e em se tratando do vento, não há como saber se ele varrerá as nuvens do céu ou trará uma nova tempestade.
Entre as buzinas e sirenes, estavam seus pensamentos. Entre a lua e o chão duro, estava seu corpo. E entre a alegria e a tristeza, estava esse sentimento. Sentimento que não é quente, nem frio. É morno, e que carece de um pouco mais de calor.

domingo, 6 de junho de 2010

Multidão gentil. Pessoas se apertando. Músicas que não conheço, então nem ouso cantar.
Danço mesmo assim, na claridade do dia. No começo meio sem graça, contudo, já eu mesmo no final.
Vinho barato e sorrisos tímidos. Se a luz do dia pudesse me mostrar de verdade eu seria o dono do mundo.
Mais vinho barato. Bocas estranhas. Seu nome. Outro gole. Boca conhecida.
Sensação de euforia que me faz continuar, mesmo meus lábios estando cansados de tantas bocas estranhas.

sábado, 5 de junho de 2010

As gotas finas caindo através da luz dos postes são confetes atirados de cima.
Ruas desertas que desconheço. Que você, porém, sabia aonde iam levar.
Passos curtos para segurar o tempo. Conversas longas pra distrair.
Uma parada. Hesitação. A despedida logo ali na esquina.
Seu rosto molhado, estranhos passando e a urgência.
Ah! a urgência. Aquela que decorre do desejo. Da vontade de te calar com um beijo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Respondo a mensagem com uma leve displicência. "Não, claro que não", eu digo.
Faço de conta que meu descuido foi casual e em momento algum foi instrumento de tortura.
Arte milenar chinesa que aprendi a usar com apenas 2 semanas ao seu lado.