sexta-feira, 13 de junho de 2008

Das coisas que a gente desenterra. [part. II]

Quando criança a gente sempre faz loucuras. Você vai ao brinquedo mais louco que seus irmãos mais velhos não tem coragem. Você se pendura em árvores. Você pula de lajes em cima de montes de areia. Tudo é muito divertido. Divertido até que você cresce e percebe que todos os seus atos têm conseqüências.
Você não quer mais pular. Tudo o que você quer é um lugar seguro. Pra que subir em lugares altos? Pra que pular? Afinal você pode acabar partindo um osso, ou o coração.
Quando criança tudo o que você quer é passar uma noite em claro. Quando grande você só quer deitar e dormir.
Minha pergunta é: Quando deixou de ser divertido e passou a ser assustador?
Depois de grande a gente se da conta de que as coisas eram bem mais simples. Que as lágrimas que derrubávamos por não poder ir brincar eram sem sentido. E que as que derrubamos hoje ainda são.
Hoje antes de levantar eu decidi torcer meu coração até que a última lágrima escorresse.
Entre travesseiros e lágrimas eu pensei muito. Eu percebi que perdi mais do que ganhei. Percebi que a vida não é justa. Mas quem disse que ela seria? Percebi que algumas coisas não têm explicação. E que as que têm, não são fáceis assim de se entender. Percebi também que eu sou a única peça pra solucionar meu próprio quebra-cabeça. E que as pessoas vem e vão, e no final do dia eu sou o único que permanece.
E após perceber isso eu estava pronto pra enfrentar o dia.

sábado, 7 de junho de 2008

Eu tentei me proteger
E acabei te ferindo
Nesses lados opostos em que caímos
Espelhos interpostos
A visão turva, que a fumaça bagunça
Dor enraizada, que o álcool não apaga
Somente o seu esboço
Um abraço, um beijo no pescoço
Você sempre mais alto
Palavras que escapam
Dedos que se soltam
Coisas que se foram,
E que não mais voltam

terça-feira, 3 de junho de 2008

Términos.

Terminar um relacionamento não é fácil, menos ainda quando você ainda gosta da pessoa.
As mentes mais espertinhas devem estar se perguntando "Se gosta então por quê termina?" Acontece que amor não é garantia de felicidade.
Ao longo dos anos, as pessoas se despem de suas armaduras e algumas feridas estão tão expostas que o menor toque causa uma dor latente.
Sábado à noite eu tive a prova de que talvez as coisas não estejam nos lugares em que deveriam estar.
Cansado de ficar em casa desde que terminei, eu decidi que era hora de sair um pouco, me divertir com meus amigos e esquecer o passado.
Acontece que o Sr. Destino é um sarcástico que adora usar a ironia como forma de tortura.
O passado que eu tanto queria esquecer se materializou na minha frente, e com ele todos os sentimentos que eu tenho tentado deixar de lado tão desesperadamente.
No direito penal, a dúvida pode absolver o réu da pena. Em relacionamentos ela sentencia uma mente a condenação.
Talvez eu precisasse enfrentar meu passado. Todo mundo diz que fugir não adianta. Talvez eu precisasse ver como a outra parte está indo. O fato é que eu ainda sangro quando me corto. Talvez eu devesse ter dito que ainda me importo.