sábado, 15 de outubro de 2011

Dentro do meu peito eu carrego um buraco.
Grande o suficiente pra engolir o mundo!
Meu mundo.

Rodando ao reverso.
Pulsando.
Em batidas que não são forte pra espantá-los.
Os homens maus.

Então eles ficam, e cavam.
Fazendo um vazio maior no lugar que deveria estar um coração.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sensação costumeira. Gosto amargo, boca seca. Sentimento amigo que não tarda a regressar.
A dor do vazio nem é mais sentida. Mas a ideia de ter algo que o preencha, ah... essa sim machuca. Arde. Inquieta.
Não importa o quão belo seu jardim seja, uma pisada deixará marcas. E por opção, eu vivo nesse inverno. Onde minhas árvores não tem folhas para fazer sombra, minhas flores estão sem cor, e não há canto pois os pássaros a tempos voaram para o sul.
Minha única companhia é o vento gélido. Ele vem, e vai e sopra. E o frio do seu sopro me adormece a pele de forma que não sinto mais nada. Nem mesmo a sua partida.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Alguns fatos da vida nunca nos são alertados. Por exemplo, ninguém nunca me disse que a vida é cumulativa. Então, eu vivi. Me joguei de penhascos, me expus ao acaso, me apaixonei inconsequentemente. Como resultado, minha mente sensitiva se encheu de memórias e meu coração de cicatrizes.
São pessoas, cheiros, sons e sentimentos que intrínsecos a minha mente, rastejam pela minha pele. Ancora me aportando nessa ilha. Uma bagagem pesada demais que me impede de ir pra frente.
Assim, me encontro nesse limbo, com o meu passado constantemente vindo me assombrar, e meu futuro sendo incerto demais para ser almejado.

domingo, 31 de julho de 2011

Sentado aqui por horas, olhando essa tela branca.
Até mesmo as palavras que um dia foram minhas companheiras fogem em meio a essa batalha que travo dentro de mim mesmo.
Tenho que persegui-las e captura-las, uma por uma, e junta-las pra fazer algum sentido. Como pedaços de mim mesmo, que sei que são, estão soltas e embaralhadas.
São reféns que se escondem pelos cantos ao sinal de qualquer luz que ameace clareza. Porém vitais para resolver essa charada, elucidar essa imagem que tanto me desagrada.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Mas não quero resposta, quero ficar só. Gosto muito das pessoas, mas essa necessidade voraz que ás vezes me vem de me liberta de todos. Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa, e não essa feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentos e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim"
[Lygia F. Telles]

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Por vezes, ao passar de relance pelo meu reflexo mal me reconheço.
Me falta algo ali. Bem no centro dos olhos.

Uma fagulha que outrora existia em mim.
Associo tal centelha com a esperança. Com a vaga ideia de que tudo irá ficar bem.
Pois assim como a fagulha, essa ideia, não esta mais la.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tem vezes que me sinto desfeito.


Como se houvesse pedaços de mim por todos os lados.


Indecisões. Interrogações. O meio-termo.


O dualismo que me divide, que me rasga.


Que me faz em milhares de pequenas peças


E já não sei mais onde termino e você começa.