terça-feira, 27 de maio de 2008

Hoje eu quero sair de mim
Me perder nos braços de outra pessoa
E assim, quem sabe esquecer a porção de você que há em mim

Hoje eu quero fugir do meu "eu"
E por ventura levar as bagagens
Para o caso de ser melhor por lá, e não voltar de viagem.

Hoje eu quero ser outro
O estranho parado na esquina
Ou a puta do bordel acima
Qualquer um.
Qualquer um menos a criança que chora
Pois se for para ser a criança que chora
Não faz sentido algum ter ido embora.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Das coisas que a gente desenterra.

Um dia desses eu estava olhando na luminária e percebi um monte de pontinhos cinzas. Eram montinhos de mariposas. Mariposas pequenas, secas e mortas.
Por milhares de anos as mariposas não deixaram de sentir atração pelo fogo, lâmpadas, velas ou qualquer coisa brilhante o suficiente que as ofusque.
Não são exatamente esses problemas que a evolução corrige? Ou propõe corrigir?
Durante milhões de anos temos evoluído. Ganhamos polegares opositores. Aprendemos a manipular o fogo. E até nós tornamos menos peludos. [Isso só alguns]
Então por que continuamos a cometer os mesmos erros? Ao longo dos anos venho caindo nos mesmos buracos, só por que eles estavam em lugares diferentes.
Seres humanos continuam, por exemplo, se apaixonando. O que embora não seja tão mortal, como no caso das mariposas, de certa forma é igualmente cruel.
Nunca aprendemos a lição. Sempre queremos mais. Procurando nosso lugar ao Sol. A pessoa certa. O emprego perfeito. A chance de nossas vidas!
Acontece que, assim como com as mariposas – e isso é muito importante - nem tudo o que reluz é a melhor opção.
Em se tratando de escolhas, quando estamos grandinhos o suficientes para fazê-las?
O fato é que prontos ou não, a vida não espera. Eventualmente o amanhã virá.
Faça o que fizer, evite voar na direção do Sol.