quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Era uma vez... eu.
E assim começa minha história.
História sem muita honra ou muita glória.


Nela há uma inversão de papéis constante
os mocinhos e bandidos só os são por um instante.
Nessa história eu fui refém, porém não na torre mais alta.


Não existem madrastas más, 7 anões, ou migalha no chão.
Ninguém rouba dos mais ricos, enfrenta lobo-mau ou mata dragão.
Não há bailes à fantasia, mas todos os dias

as pessoas usam máscaras e escondem quem são

Existe sim o menino que mente.
E sacrifica a verdade atoa.
Não há heróis, somente os de ocasião.
Aqueles que salvam sua vida
E se vão.

No meu conto não tem ervilha, sapato de cristal ou cem anos de sono.
Nele não há voodoo, feitiço, nem mesmo magia.
Eu não mordi uma maça, pêra, melão ou melancia.
Da vingança de ninguém eu fui alvo
Mesmo assim precisava ser salvo.

Na minha história eu dormi com a realeza, com a burguesia e com a plebe.
Me despi das minhas armaduras para ficar mais leve
E quando o relógio marcou doze horas
O cavaleiro montou seu cavalo e foi embora
Atrás de moinhos de vento que ele jura que viu


E o final feliz... não é tão feliz
Talvez porque felicidade não tenha sido feita pra mim
Ou talvez porque minha história não tenha chegado ao fim.