sexta-feira, 13 de junho de 2008

Das coisas que a gente desenterra. [part. II]

Quando criança a gente sempre faz loucuras. Você vai ao brinquedo mais louco que seus irmãos mais velhos não tem coragem. Você se pendura em árvores. Você pula de lajes em cima de montes de areia. Tudo é muito divertido. Divertido até que você cresce e percebe que todos os seus atos têm conseqüências.
Você não quer mais pular. Tudo o que você quer é um lugar seguro. Pra que subir em lugares altos? Pra que pular? Afinal você pode acabar partindo um osso, ou o coração.
Quando criança tudo o que você quer é passar uma noite em claro. Quando grande você só quer deitar e dormir.
Minha pergunta é: Quando deixou de ser divertido e passou a ser assustador?
Depois de grande a gente se da conta de que as coisas eram bem mais simples. Que as lágrimas que derrubávamos por não poder ir brincar eram sem sentido. E que as que derrubamos hoje ainda são.
Hoje antes de levantar eu decidi torcer meu coração até que a última lágrima escorresse.
Entre travesseiros e lágrimas eu pensei muito. Eu percebi que perdi mais do que ganhei. Percebi que a vida não é justa. Mas quem disse que ela seria? Percebi que algumas coisas não têm explicação. E que as que têm, não são fáceis assim de se entender. Percebi também que eu sou a única peça pra solucionar meu próprio quebra-cabeça. E que as pessoas vem e vão, e no final do dia eu sou o único que permanece.
E após perceber isso eu estava pronto pra enfrentar o dia.

2 comentários:

Thybério Bastos disse...

Hum, eu sempre tento manter o meu lado criança... Indo contra os conceitos q a sociedade impõe em "ser adulto".

Belíssimo texto...

Obrigado pelos comentários...

Vc me achou onde?

Luh Henrique disse...

Cara, tá perfeeito isso aqui... ^^
Perfeito mesmo..
Adorei... =]